quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Preconceito musical

 Todos os dias ouvimos falar, somos vítimas, e agimos, com diversas formas de preconceito. Preconceito racial, linguístico, regional, religioso, político, de classe, e de opção sexual. Também existe o bullying, que de uma maneira ou de outra já aconteceu à todos nós, e talvez por isso tenha sido um tema tão abordado recentemente. Mas existe outro preconceito muito presente, e que pouco percebemos. Na verdade, percebemos claramente e abafamos o assunto: o preconceito musical.


Somos julgados de todas as maneiras possíveis uns pelos outros, e porque não seríamos julgados pela música que escutamos? Os estilos musicais acabam gerando certos grupos de pessoas, as quais se identificam com aquela música, com o estilo de vestir dos artistas, e muitos adotam até o estilo de vida “proposto” pelo gênero. Alguns exemplos desses grupos são os “metaleiros” (adeptos do Heavy Metal), os “coloridos” (os fãs do Happy Rock).

O Fato é que esses grupos (muitas vezes chamados de “tribos”) acabam praticando o preconceito entre eles: um grupo tem de estar sempre contra o outro. Como se cada pessoa tivesse a obrigação de gostar apenas de um estilo musical. O preconceito acontece quando você se priva da oportunidade de conhecer um artista novo, porque diz antes mesmo de escutar, que não gosta daquele ritmo.

 Em que mundo estamos vivendo? Em que país vivemos? O Brasil talvez seja um dos países mais “misturados” do mundo, onde existem vários tipos de etnias, e milhares de manifestações musicais. Em uma mesma casa podem ter pessoas que gostem de sertanejo, de forró, de rock, de funk, de eletrônico e de reggae. E essas pessoas precisam saber entender os gostos alheios para que possam conviver bem. Todos nós temos amigos e familiares de estilos diferentes do nosso, e nem por isso deixamos de viver com eles.

Está faltando compreensão. O fato de você não gostar de determinada música, não quer dizer que ela não presta e que não tem qualidade, afinal outras pessoas gostam. O problema é o de sempre: a falta de respeito. Não é preciso derrubar a opinião alheia para demonstrar a sua. Também não é necessário que você goste e escute todos os tipos de música, até porque, gosto é algo particular. Você tem motivos plausíveis para gostar da música que gosta: ela faz você se sentir bem. E não há nada de errado em ter gostos definidos, pois a música está inteiramente ligada às emoções. O errado é perseguir e discriminar o que é diferente de você. Ficar apontando, jogando acusações, provocando humilhações (grande parte delas em público), na maioria das vezes causa danos ao indivíduo, morais e psicológicos.

Grande parte da culpa desse preconceito é da mídia. As pessoas são influenciadas a gostar do que está na moda, do que está passando na rádio, ou do que está passando na trilha da novela. E se você por um acaso foge desse grupo que gosta do que está na moda, acaba se tornando uma vítima de preconceito. Todos esquecem que um indivíduo deve ser tratado com indivíduo, e não como um todo.

Música é música, é contagiante e agrada de alguma maneira a alguém. Tenho certeza de que mesmo não gostando, você já se pegou com vontade de dançar funk, com vontade de cantar aquele sertanejo das antigas, ou simulando um solo de guitarra na frente do espelho. Então, pra que julgar e dividir algo tão fascinante e abrangente como a música? Não discrimine o outro pela maneira de mostrar seus sentimentos e sua personalidade. Como um dia disse Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.  Afinal de contas, o gosto musical é seu, ou é da massa?                                                                                 

7 comentários:

  1. Gêneros musicais nos dão status. Se você disser que é fã de MPB, será tido pelos outros como uma pessoa erudita e refinada, mas se declarar-se fã de funk, automaticamente passará a ser visto como um mal educado membro de periferia que ouve música sem fone de ouvido dentro do ônibus.

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  2. Verdade Paulo. Mas fazer as pessoas enxergarem isso é que é difícil.

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  3. As agressões intra grupos (como entre cores/raça) são grandes engrenagens da intolerância e opressão que vivemos, e que destrói minorias.

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  4. nunca desejei dançao funk

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  5. frescura ficar reclamando de outros estilos, simplesmente cale a boca e vai achar o que fazer, pare de ser criança e tome vergonha na cara, até os maiores músicos tem como influencias outros tipos de musicas ou estilos mas como a ignorância predomina ninguém entende.

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  6. Quando eu falo que sou K popper ja me imaginam assistindo um video com musicas " de ma qualidade " com um homossexual e um monte de copias dele(os haters de k pop e j pop entre outros vivem dizendo que sao iguais mas nao sao , eles dizem que coreanos e japoneses por exemplo, sao iguais, eu sempre falo, a diferenca de coreanos e japoneses é igual a diferença de brs pra argentinos) e o estranho e que eles so falam isso dos boy groups pq ALGUNS deles sao MEIO afeminados, mas nao todos, ja os girl groups, so pq as garotas sao bonitas o garoto que comecou a xingar k pop la na minha sala de aula, diz :
    — virei fa de BlackPink agora,
    Ou
    —olha como elas sao bonitas... Gostei...
    E isso eu acho horrivel pq ele" gosta de kpop " pelos girl groups tudo bem isso mas ele nao respeita os boy groups do kpop e do jpop, ele antes de conhecer BlackPink(girl group que ele diz gostar) ele escutava musicas brs antigas (raul seixas por exemplo) e eu mesmo nao gostando muito de vez em quando eu falava com ele sobre aquelas musicas antigas tranquilamente, e eu respeito todo tipo de musica o maximo que eu fiz foi la na festa de Halloween da ESCOLA com CRIANÇAS DE TODAS AS IDADES estarem tocando todos os funks que vcs podem imaginar(eu nao gosto de funk mas respeito e pra mim o funk tem uma letra machista, pesada, que e contra os direitos da mulher entre outros mas mesmo assim respeito)
    Outro exemplo de respeito e minha mae que detesta funk e rap, eu nao gosto de funk tambem mas eu AMO rap, e ela mesmo nao gostando nunca falou nada de mais sobre eu gostar de rap.

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  7. Eu sofro muito preconceito na escola, porque tenho um gosto musical diferente dos meus amigos. Adoro músicas antigas dos anos 50, 60, 70, 80, 90 e 2000, dificilmente, escuto uma música recente, porque não me identifico com nenhuma e muitas pessoas me chamam de careta, que eu não devo gostar desse tipo de música porque não é pra minha idade... Velho, eu fico tipo... E valha, desde quando música tem validade? Fico muito chateada com isso! Amei o seu texto!

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